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Minha Pasárgada



Toma-me o tempo, meus passos leves, bruma espumas de cachoeira, escuto a natureza cantar pra mim. Volto descalço, com os pés molhados, sinto um chão rochoso a beira da cachoeira, terra molhada com grama e musgo, depois piso areia, enfim folhas secas, o caminho distante é poesia. Distancia também é beleza.  A cálida noite chega suave e a lua me beija, traz um manto frio que cobre o rio de névoa, marrecos e gansos a passarem para algum lugar de abrigo, tudo é poema. Faço uma fogueira e abraço o violão, a companhia as vezes vinha, as vezes não. A noite não tem tempo, não tem hora nem limite, termina com a luz do horizonte

      O sol quando acende anuncia coisas novas, mundo novo, o mesmo mundo de um novo dia. A manhã tem um sabor singular. Minha filosofia insiste em dizer que vida é movimento,  uma dança. O som das aguas correndo soa como uma valsa e um canto que diz "não há pressa".

      Sempre há uma nova canção. As tardes são recheadas de liberdade. Cabem cansaços e preguiças, cabem vontades, de qualquer tipo ou sorte. Não há revolta para alguma desatenção, na minha Pasárgada sempre  há um amanhã. A lei é tão somente pura e crucial: Sem pressão, sem cobrança, sem medos. Liberdade. Não há tédio - tédio é falta de ideias - não há solidão - só se quiser.

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