Pular para o conteúdo principal

Minha Pasárgada



Toma-me o tempo, meus passos leves, bruma espumas de cachoeira, escuto a natureza cantar pra mim. Volto descalço, com os pés molhados, sinto um chão rochoso a beira da cachoeira, terra molhada com grama e musgo, depois piso areia, enfim folhas secas, o caminho distante é poesia. Distancia também é beleza.  A cálida noite chega suave e a lua me beija, traz um manto frio que cobre o rio de névoa, marrecos e gansos a passarem para algum lugar de abrigo, tudo é poema. Faço uma fogueira e abraço o violão, a companhia as vezes vinha, as vezes não. A noite não tem tempo, não tem hora nem limite, termina com a luz do horizonte

      O sol quando acende anuncia coisas novas, mundo novo, o mesmo mundo de um novo dia. A manhã tem um sabor singular. Minha filosofia insiste em dizer que vida é movimento,  uma dança. O som das aguas correndo soa como uma valsa e um canto que diz "não há pressa".

      Sempre há uma nova canção. As tardes são recheadas de liberdade. Cabem cansaços e preguiças, cabem vontades, de qualquer tipo ou sorte. Não há revolta para alguma desatenção, na minha Pasárgada sempre  há um amanhã. A lei é tão somente pura e crucial: Sem pressão, sem cobrança, sem medos. Liberdade. Não há tédio - tédio é falta de ideias - não há solidão - só se quiser.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

No Caminho de Emaús

No caminho de Emaús,  Esperança posta no chão,  vimos Cristo numa cruz,  ao terceiro dia não.. Foram tantos os milagres e palavras de amor acolhia a todo pecador, sua voz acalmava os mares e curava a nossa dor em carne o criador.... No caminho nos surgiu, um estranho viajor sem saber se nos ouviu perguntou... qual tristeza, qual a lacrima, qual dor... com os olhos razos dagua, coracao se apertou a fé ja não vale nada, mataram cristo senhor, num madeiro nosso sonho terminou... QU

Gente que se perde

   Gente que se perde por distancia, gente que se perde por ir dormir pra sempre, gente que se perde por desapego, gente que se perde sem se querer perder. No fato não se perde ninguém porque ninguém nos pertence, no sentimento se perde sim... E fica a impressão mais cortante na alma, fica a marca da cicatriz mais dolorida e corrosiva, a que vira carência, fica a lembrança de um adeus e o desejo de reencontro, faz a gente produzir lágrimas, transforma os olhos em fontes torrenciais, transforma a mente em armazém de saudade. Solução? Não há, porque não é um problema, é angustia, é martírio, mas não é controlável. Nos construímos com parte que pegamos dos outros e deixando partes de nós nos lugares em que passamos, perder ou ver/deixar alguém ir, é desprender parte da alma e coração e ficar apenas com o corpo, um corpo que chama outra vez as sensações que sentira com o outro corpo que se foi, uma mente que se sente incompleta e uma alma com um buraco do tamanho da saudade. ...

Minha menina

Por traz desta nuvem cheia de raios Existe um olhar Cheio de lágrimas Sorriso maduro, um céu de veludo O sol se põe a descansar E minha menina vem dançar Na chuva Vai que o mundo é Teu Gira sem se preocupar As águas que caem Lhe molham o rosto E levam as lágrimas Por traz dessa esfera Menina tão bela Existe um coração a palpitar Se lança no escuro, não se sabe o rumo Tem medo, precisa se arriscar Minha menina Sozinha Vai que teu segredo é meu Vai que eu fico a te esperar As águas que caem Levam teus passos Mas não levam o meu olhar Os passos são dela A vida que espera Minha menina vai buscar Não olha o passado, não vê nada errado Há dores que tem que carregar Minha menina Partiu Vai que teu sorriso é meu Vai te espero se voltar As águas que caem Molham teu corpo Levam minhas lágrimas.