Nem sempre me ajoelho, aliás, quase nunca... Minha reverência é interna e fora do corpo, pois sempre minha alma está próstata. Meu coração é inquieto e meus pensamentos agitados, tenho ansiedade nas veias e o movimento me ajuda a colocar ordem na confusão e assim minha oração se faz sincera.
Não tem hora, nem lugar, não importa o clima, o barulho, o ambiente, a roupa, o sapato, o movimento... é continua, fluída, direta, espontânea, natural.
Minha oração é minha. Nem sempre para mim, nem sempre para os meus, mas sempre minha. É terra sagrada, onde ninguém pode ir, entro de pés descalços, sem armaduras, de cara limpa e alma nua. É meu exercício de sanidade, de lucidez.
Não oro porque o Eterno queira ou precise, não oro para ter a proteção dos anjos. Oro porque preciso me ouvir falar com o Eterno. Oro porque preciso me ouvir confessar, oro porque preciso ME ouvir, mesmo quando não com palavras, mesmo quando a oração são lágrimas, ou silencio, um pensamento curto ou longas horas de reflexão. Oro porque preciso dizer as coisas que Ele já sabe, mas que, em muitas vezes, a cura é deixar a memória contar a história, entrar em contato, reviver... Oro porque orando me equilíbrio, me conheço.
É preciso orar sem cessar. Para não enlouquecer, para não se perder na insensibilidade de cada dia, para se manter humano, são. Oro porque a vida exige virtudes das quais não nasci e que só a oração ensina. Oro porque sou cheio de carências não manifestas, sufocantes que só com oração esvaem. Oro, acima de tudo, porque sei o efeito de não orar. A deterioração da essência sem que se perceba a perca da alma.
Um ato de introspecção, de busca do eu, quem o faz normalmente encontra Deus.
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