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Lembranças


Este texto só dará certo se você ainda lembrar

Quero voltar na noite em que te conheci
Quero voltar e viver as emoções que senti
Quero voltar no momento onde toquei tuas mãos
E beijei tua face pela primeira vez

Quero voltar no momento onde entrei no teu olhar
Quero voltar quando o meu sorriso respondeu ao teu
Quero voltar onde disse pela primeira vez: amo você

Deus escreveu nossa história nas linhas do tempo
E resolveu publicá-la
Em nossos corações

Onde as muitas águas não afogam
Onde as chamas não consomem em fogo
Onde não se perde com o vento e tempo
Onde o homem não rouba nem mata

Acordei com o sabor de lembranças amargas e alegres na boca: Pudim de limão!

É sempre bom lembrar, olhar para trás nos faz comparar passado e presente e ver o quanto amadurecemos, também é bom pra idealizarmos o futuro pra entender o quanto ainda precisamos nos aprimorar, ver e entender todo o desenvolvimento da nossa vida, identificar a gradação de nosso destino e talvez aumentar nossa fé nos sonhos de futuro. Lembranças são os ingredientes secretos que dão os melhores sabores a tudo o que alimenta nosso espírito.
Sempre despertam as mesmas sensações de quanto as vivemos, muitas tendem a nos envergonhar, aquelas onde agimos por impulsos, momentos em que dizemos besteira, dançamos descontroladamente, começamos algo que não sabíamos como terminar, e tantas outras coisas que fizemos que nos trazem uma vergonha ridícula e pensamos "meu deus, com fui capaz de fazer aquilo.", mas fizemos e não podemos apagar de nossa memoria e elas nos ajudam a melhorar no sentido de cumprir o ditado "pense antes de agir".  Temos aquelas lembranças de coisas realmente boas, das gargalhadas com os amigos, das piadas e caretas entre bebedeiras, os tombos, as idas ao rio, a dança descontrolada que deu certo, lembranças de sorrisos que nasceram em eventos importantes e significativos, lembranças nostálgicas, que nos fazem entrar em contato com a parte boa em nós, a parte feliz, a parte menina, a parte que diz que precisamos melhorar cada dia mais como 'pessoas humanas'. Existem lembranças tristes, aquelas de perca, lembranças de fracassos, de derrotas humilhantes, lembranças de tentativas falhas, lembranças que causam dor e trazem lágrimas, talvez as que mais nos aprimorem, pois por mais que seja impiedosamente terrível, são as dores que realmente nos amadurecem, mais que os sucessos, as dores nos tornam mais perspicazes, mais perceptíveis, mais imunes a pedras pequenas, mais maduros e lembrar-nos delas é entender o quanto somos maduros, do quanto aprendemos com a vida, é enxergar a altura que chegamos e a mentalidade que adquirimos.
Existem lembranças perigosas, promiscuas, as lembranças mesclas, são junções de sentimentos paradoxais, nos fazem rir os sorrisos mais sinceros e gostosos que uma memória pode causar e depois nos violentam com dores e tristezas, como em se lembrar de pessoas que se foram de nós, nos recordamos dos momentos bons daquela pessoa ao nosso lado, das boas palavras e depois da partida, ou como de um amor antigo, aquele relacionamento verdadeiro e intenso, que nos fez passar tempos distraídos em pensamentos, das palavras e carinhos, das risadas e beijos e abraços e amassos, de cada sorriso, do olhar, do andado, da forma como virava a cabeça, é ai então que essas lembranças se gradam, crescem, passam das alegrias para as primeiras discussões, os primeiros desentendimentos, mas não trazem raiva, até rendem alguns risos, mas então vem a lembrança da despedida ou do termino que ai sim, faz doer, dor de choro, essas lembranças, em alguns momentos, nos maltratam, nem sempre fazem bem, nem sempre ajudam, pois muitas vezes reascendem paixões antigas e nos martirizam, porque reavivam desejos já esquecidos e tesões mortos e então sofremos intensamente.
De todas as formas lembranças são capsulas, são formas que encontramos de guardar sentimentos, sempre que quisermos um fragmento da sensação de volta é somente lembrar, embora existam sentimentos que não queremos de novo e tentamos esquecer. Há um cuidado a se tomar: Olhamos para o passado só pra lembrar, para aprender com ele e não ficar nele, respeitar e valorizar ao máximo nossa história, mas não viver dela e sim a continuarmos com desfechos valiosos e importantes tão quanto e até maiores do que os adventos já vividos. 

Quero dedicar este texto a meu amigo Paulo Joaquim (http://www.facebook.com/pauloaudit) a quem me rendeu ótimos momentos de companhia, de música, descontração e confiança. Saudades meu grande amigo

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