Pular para o conteúdo principal

Partes de Mim




Parte de mim se esconde
Outra parte grita
Parte de mim fica
Outra parte foge
Parte de mim mata
A outra morre
Parte de mim quer
A outra rouba
Parte de mim ama
A outra engana

Nas partes de mim me perco
No total não sei
Porque parte de mim vence
A outra sucumbe

Parte de mim quer que o mundo a conheça
A outra se esconde por baixo do ego
Parte de mim bebe
A outra exala
Parte de mim vive
A outra sobrevive
Parte de mim chama
A outra canta

As duas partes se encontram
As duas são uma
E uma são duas
Porque parte de mim sabe
A outra ignora

Parte de mim quer
Outra não sabe
Parte de mim mente
A outra entende

Parte de mim dúvida
A outra acredita
Porque a parte em mim não cética
Milagrifica a parte atéia
Uma parte em mim é profusa
A outra confusa

De forma que nenhuma parte dorme
Não há sono neste enredo
Porque as partes são uma
E uma são duas

Parte de mim é epifania
A outra é percepção
Parte de mim é disritmia
A outra é bela canção

Parte de mim é desejo
A outra é depressão
Parte de mim é sorriso
A outra é obscura ilusão
Parte de mim é fome
A outra é saciada de tesão.

As duas partes são vazias
As duas partes sentem medo
As duas partes são nobres
As duas partes têm segredos

As duas partes são ricas
As duas partes são pobres
As duas partes são ambíguas
As duas são duais
As duas partes divididas
São duas partes são iguais.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sorriso Solto

 Um sorriso solto, daqueles inocentes, que a gente quando percebe já está sorrindo e a vontade é de não parar, aqueles que aliviam o peso de todo um dia, um segundo breve de relaxamento que se permite sem planejar, um sorriso bobo, por alguma ingenuidade e até alguma idiotice que sem gatilho a memória traz, um sorriso silencioso, que a afeição do rosto por inteiro se contrai,  ...de repuxar os lábios, arquear os olhos e enrugar as bochechas, um sorriso sincero, despretensioso, com o peso do dia, tem tanto... tanto poder. Tem alivio, tem descanso e até, sem saber, tem esperança, um otimismo presente, sem alarde, sem precisar ser explicado. As vezes a alma pede e a vida trás, como uma amostra, pequena, passageira, mas necessária de calmaria, porque as vezes a mente aquece e o corpo não consegue entender e responder e chega à beira de se exaurir, as vezes a gente finge que tudo vai bem, sem saber quando enfim o bem vai chegar e nessas vezes faz catarse, seja no corpo ou na mente, mas grit

No Caminho de Emaús

No caminho de Emaús,  Esperança posta no chão,  vimos Cristo numa cruz,  ao terceiro dia não.. Foram tantos os milagres e palavras de amor acolhia a todo pecador, sua voz acalmava os mares e curava a nossa dor em carne o criador.... No caminho nos surgiu, um estranho viajor sem saber se nos ouviu perguntou... qual tristeza, qual a lacrima, qual dor... com os olhos razos dagua, coracao se apertou a fé ja não vale nada, mataram cristo senhor, num madeiro nosso sonho terminou... QU

Fome de Vida

Hoje não quero expor meus resultados financeiros, a rotina do trabalho, dos exercícios, as novas compras, as últimas festas, a superfície, o pífio, a parte ególatra e ébria, de caráter frágil e insubsistente, de vaidade torpe e efêmera, vanitas! Mas com fome de vida, gostaria de me ocupar e de expor o que está afã, do que é profuso, perene, indelével, ter o elucubrar da existência, do equilíbrio, do que ausenta a angustia, do que supera as ilusões, do que trata sem excessos, que não é extremo, não é medíocre, que tem raiz, que é intrinsecamente humano e substancial! Mas “o que faço não o aprovo; pois o que quero não faço, e o que aborreço faço”. O que me ocupa o tempo e objeta o espírito é vanitas! Os medos suplantaram os sonhos, a pressa pausou a vida, a ordem é um padrão inconsistente, pequeno, sedutor, mirrado, o caos antagoniza a morbidez dos dias e viver se torna cada vez mais um esvaziar de alma e brilho. Mirar na luz da esperança, o apego fim das forças que restam é o caminha